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Petroleiros se mobilizam em mais um protesto contra assédio moral e falta de segurança nas plataformas

 
Nesta quinta-feira (01), a direção do Sindipetro-ES e os companheiros da P-57 e P-58 fizeram mais um ato de protesto no aeroporto. As equipes atrasaram o embarque, a fim de chamar a atenção dos gestores e também da sociedade capixaba para os problemas graves de assédio moral, especialmente na P-57, e a falta de segurança nas plataformas.
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Para a diretora do Sindipetro-ES, Priscila Costa Patrício, a unidade e o apoio de cada trabalhador é fundamental para acabar com essa prática de assédio constante que os companheiros da P-57 estão sofrendo. “Esse é um momento de reflexão e união. Não podemos esquecer que esses mesmos companheiros estiveram do nosso lado, não nos deixaram sozinhos, na greve do ano passado”, frisa a diretora.
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A indignação dos petroleiros aumentou, nas últimas semanas, com a transferência arbitrária e unilateral de uma técnica de manutenção para a P-58. O argumento da gerência foi o fato dela ser casada com um petroleiro que trabalha na mesma plataforma. Para a direção do Sindipetro -ES trata-se de perseguição, pois os petroleiros P-57, incluindo o casal, participaram ativamente da greve de 2015 e até então não havia qualquer restrição quanto a casais trabalhando na mesma unidade. O Sindipetro-ES teme que tão atitude assediadora abra precedente para que mais casais sejam “separados” por trabalharem na mesma unidade.
Diretor denuncia assédio e falta de segurança em reunião com a Petrobrás
O diretor do Sindipetro-ES e da Fup, Davidson Lomba, aproveitou sua participação na última reunião de negociação com a direção da Petrobras, na última terça-feira, para denunciar novamente as práticas de assédio e a falta de segurança nas plataformas que estão colocando a vida dos petroleiros em risco. Durante a reunião, o Sindipetro -ES entregou aos gestores um informativo da entidade que relata as consequências da gestão irresponsável praticada nas plataformas do Espírito Santo.
Acidente quase causa a morte de trabalhador na P-58
Motivo: decisão gerencial equivocada
No dia 04 de outubro, ocorreu um acidente que poderia ter tirado a vida de um Técnico de Operação. Durante manobra de retorno da planta de compressão da FPSO P-58, houve a explosão de um visor de vidro na linha de compressão de gás, ferindo um operador que sofreu corte na face, no braço e escoriações no corpo, ocasionando seu afastamento das atividades na plataforma.
Os fatos que antecederam o acidente demonstram o descaso com a segurança e as arbitrariedades cometidas com o único objetivo de aumentar a produção a qualquer custo, tudo isso promovido com o aval da gerência do Ativo do Parque das Baleias. A causa do acidente se inicia na decisão arbitrária do gerente da plataforma em barrar o embarque de um operador experiente, com a justificativa de que ele estava há dois meses afastado para atividades sindicais, e sendo assim decidiu que os estagiários assumissem os postos de trabalho. Somaram-se a isso, outros fatores que comprovam a falta de comprometimento com a segurança, são eles:
Os trabalhadores da P- 58 vêm sofrendo constantemente com a insegurança e assédio agravados com a permissividade do Gerente do Ativo, que quando questionado e cobrado tem por hábito responder que “não viu nada e não sabe de nada”. Esta mesma gerência não respeita as cláusulas do ACT, dificultando a participação do sindicato na Comissão de Análise e Investigação de Acidentes e Inspeções no local de trabalho.
Outra situação grave e que precisa ser denunciada é a existência de uma grave falha de projeto no sistema de injeção de água, que mesmo com problemas, continua operando com a ciência da gerência e só parou provisoriamente por ação do HAZOP que identificou o risco como não tolerável (HAZOP é uma ferramenta de análise de risco que visa identificar os perigos e problemas de operabilidade na instalação de um processo. É uma sigla para Hazard and Operability Studies, ou seja, Estudo de Perigo e Operabilidade). Após inspeção do sistema, os gerentes da unidade e do ativo querem que o sistema volte a operar, mesmo sabendo que o problema persiste, colocando mais uma vez em risco a vida dos trabalhadores a bordo da plataforma P-58.
O Sindipetro-ES espera que o novo Gerente Geral da UO-ES não pactue com esta forma de gestão criminosa que está instalada em alguns ativos, que infelizmente já resultou em mortes de companheiros nos últimos anos. Quando não erram pela omissão, erram na tomada de decisão.
Não podemos tolerar acidentes, produzindo a qualquer custo. Chega de gestores autoritários e incompetentes. Basta de assédio.
 
 

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